O Banco Central do Brasil (BC) anunciou oficialmente o Pix Automático, uma nova modalidade do sistema de pagamentos instantâneos que promete beneficiar até 60 milhões de brasileiros que não possuem cartão de crédito. A apresentação ocorreu nesta quarta-feira (4), em São Paulo, durante o evento Conexão Pix.
De acordo com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, a ferramenta amplia o acesso da população a serviços e plataformas que exigem pagamento recorrente, como assinaturas de streaming, academias, mensalidades escolares e contas de consumo, sem a necessidade de um cartão de crédito.
“Sessenta milhões de pessoas que hoje não têm cartão de crédito vão poder ter acesso a uma série de serviços. É uma forma de inclusão financeira e conveniência para todos”, afirmou Galípolo.
O Pix Automático será liberado ao público a partir do dia 16 de junho, com pessoas físicas como pagadoras e empresas como recebedoras. O serviço permitirá que o usuário agende débitos automáticos com apenas uma autorização, que poderá ser cancelada a qualquer momento.
Segundo o Banco Central, o sistema funcionará da seguinte maneira:
- O cliente autoriza o pagamento uma única vez;
- Define regras como o valor máximo de cada cobrança;
- A empresa envia a cobrança ao banco do cliente com antecedência;
- O banco agenda o pagamento e notifica o pagador;
- O consumidor tem até a meia-noite do dia anterior para cancelar a cobrança.
A notificação será enviada cerca de 10 dias antes do pagamento programado, permitindo controle e segurança. A ferramenta será gratuita para o cliente pagador, seguindo os princípios de simplicidade e inclusão que norteiam o Pix desde seu lançamento em 2020.
De acordo com Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro do BC, o Pix Automático representa uma revolução na forma como os brasileiros lidam com despesas recorrentes. “Vai ajudar a reduzir a inadimplência e facilitar o controle financeiro das famílias”, destacou.
Além da praticidade, o Pix Automático também elimina a dependência de cartões de crédito — muitas vezes inacessíveis a grande parte da população — e pode aumentar o consumo digital, especialmente no comércio eletrônico.
Essa nova etapa do Pix é considerada estratégica pelo BC para impulsionar a digitalização de pagamentos no Brasil e tornar o sistema financeiro mais inclusivo.