Anvisa Aprova Donanemabe Para Tratamento De Alzheimer Em Estágio Inicial
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do medicamento Kisunla (donanemabe), indicado para tratar comprometimento cognitivo leve e demência leve associados à doença de Alzheimer. Trata-se de um anticorpo monoclonal que se liga à proteína beta-amiloide, responsável por formar placas no cérebro de pacientes com Alzheimer.
De acordo com a Anvisa, o medicamento atua diretamente na redução dessas placas, retardando a progressão da doença. A aprovação representa um avanço significativo no tratamento da forma inicial do Alzheimer, especialmente para pacientes com evidências de patologia amiloide.
Como Funciona O Donanemabe
O donanemabe é administrado por infusão intravenosa mensal. Ele se liga às placas de beta-amiloide no cérebro e promove sua remoção. Dessa forma, ajuda a preservar a função cerebral e a memória por mais tempo. O tratamento é voltado para pessoas em fase inicial da doença, com comprometimento cognitivo leve e demência leve.
Resultados Dos Estudos Clínicos
O medicamento foi avaliado em um estudo com 1.736 pacientes. Destes, 860 receberam donanemabe e 876 receberam placebo. O tratamento foi feito ao longo de 72 semanas. Os resultados mostraram que os pacientes tratados com donanemabe apresentaram progressão clínica significativamente menor da doença em comparação aos que usaram placebo.
Cerca de 76% dos pacientes que utilizaram o medicamento tiveram níveis indetectáveis de placas amiloides após 18 meses de uso. Esses dados reforçam a eficácia da nova terapia para Alzheimer em estágio inicial.
Contraindicações E Efeitos Adversos
O uso do donanemabe é contraindicado para pessoas que utilizam anticoagulantes como varfarina ou que tenham sido diagnosticadas com angiopatia amiloide cerebral. Entre as reações adversas mais comuns estão febre, sintomas gripais e dores de cabeça após a infusão.
Monitoramento E Distribuição
A Anvisa informou que irá acompanhar rigorosamente a segurança e eficácia do donanemabe no Brasil. O medicamento será disponibilizado mediante prescrição médica e deverá ser administrado em centros especializados.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Alzheimer é a principal causa de demência entre idosos e compromete progressivamente funções como memória, linguagem e raciocínio. O tratamento adequado e o diagnóstico precoce são fundamentais para garantir melhor qualidade de vida aos pacientes.