Morre Manga, lendário goleiro do Botafogo e Sport, aos 88 anos
O futebol brasileiro está de luto. Morreu nesta terça-feira (8), aos 88 anos, o ex-goleiro Manga, considerado um dos maiores da história da posição no Brasil. Ele estava internado no Hospital Rio Barra, no Rio de Janeiro, onde tratava um câncer de próstata há alguns anos.
O anúncio do falecimento foi feito oficialmente pelo Botafogo de Futebol e Regatas, clube onde Manga brilhou por quase uma década. A diretoria do time carioca afirmou que prestará todas as homenagens ao ex-atleta, que será velado no salão nobre do clube, General Severino.
Carreira vitoriosa no Botafogo e Sport
Natural do Recife, Manga iniciou sua trajetória no Sport Club do Recife, onde foi tricampeão pernambucano nos anos de 1955, 1956 e 1958. Logo, chamou atenção pelo talento e agilidade no gol, sendo contratado pelo Botafogo em 1959.
No clube carioca, foi peça fundamental na conquista de quatro Campeonatos Cariocas (1961, 1962, 1967 e 1968) e três Torneios Rio-São Paulo (1962, 1964 e 1966). Manga foi destaque em formações históricas do time, dividindo campo com ícones como Garrincha, Didi, Jairzinho e Nilton Santos.
Titular da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1966
O desempenho de Manga no Botafogo o levou à seleção brasileira, onde foi titular na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra. Atuando ao lado de nomes lendários como Gérson, Zagallo e Tostão, ele eternizou sua presença entre os maiores goleiros da história do país.
Glórias internacionais: Libertadores e Mundial pelo Nacional-URU
Após deixar o Brasil, Manga brilhou no Nacional do Uruguai, onde venceu a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes em 1971, além de conquistar quatro títulos uruguaios. No retorno ao Brasil, defendeu o Internacional, onde foi bicampeão brasileiro (1975 e 1976) e tricampeão gaúcho.
O goleiro também teve passagens marcantes por Coritiba, Operário-MS e pela dupla Gre-Nal. Ele encerrou sua carreira em 1982, aos 45 anos, atuando pelo Barcelona de Guayaquil, onde conquistou o Campeonato Equatoriano em 1981.
Ícone das traves: o goleiro sem luvas
Além dos títulos, Manga ficou conhecido por um hábito inusitado: não usava luvas. Alegava que as proteções atrapalhavam sua performance, principalmente por conta de seus dedos tortos. Para melhorar a aderência, utilizava óleo e areia nas mãos, uma técnica incomum que reforçou ainda mais sua imagem lendária.
Legado eterno: Dia do Goleiro é celebrado em sua homenagem
A importância de Manga é tão reconhecida que o Dia do Goleiro, celebrado em 26 de abril, foi criado em sua homenagem. Sua trajetória inspira gerações e mantém viva a memória de um atleta que redefiniu a posição de goleiro no futebol sul-americano.
Imagem: Divulgação SCR
