Aquecimento global em março de 2025 atinge novos patamares de calor
O planeta segue enfrentando ondas de calor sem precedentes. Segundo dados do programa europeu de observação climática Copernicus, o aquecimento global em março de 2025 manteve a temperatura da Terra em níveis historicamente elevados, dando sequência a um ciclo extremo iniciado em julho de 2023.
Com uma média de 14,06°C, março de 2025 foi apenas 0,08°C mais frio que o recorde de março de 2024, superando o mesmo mês de 2016. Mesmo com a presença do fenômeno La Niña, que normalmente resfria o clima global, as temperaturas seguem em alta.
Março mais quente da história na Europa
De acordo com o boletim mensal do Copernicus, a Europa registrou seu março mais quente de todos os tempos. Globalmente, esse foi o segundo março mais quente da série histórica, iniciada em 1940, reforçando uma sequência de calor recorde que persiste por 21 meses consecutivos.
Desde julho de 2023, todos os meses registraram temperaturas ao menos 1,5°C acima da média pré-industrial, período anterior à intensificação da queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo.
Impactos do aquecimento global e alerta de cientistas
A temperatura global de março de 2025 ficou 1,6°C acima da era pré-industrial, número considerado alarmante por especialistas. A climatologista Friederike Otto, do Instituto Grantham do Imperial College de Londres, afirmou: “Estamos firmemente nas mãos da mudança climática causada pelo homem”.
Robert Vautard, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), também alertou que é “uma situação excepcional”, já que, normalmente, o resfriamento acontece após um ciclo de El Niño, o que não ocorreu neste caso.
Cientistas do IPCC reforçam que cada fração de grau a mais no aquecimento global aumenta drasticamente a frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como secas, enchentes e ondas de calor.
Dados do Copernicus: a base científica do alerta climático
O Copernicus Climate Change Service (C3S) utiliza bilhões de dados climáticos coletados por satélites, aviões, navios e estações meteorológicas em todo o mundo. Essas informações formam uma base sólida para os cálculos de temperatura global e previsões futuras.
Com base nesses dados, os cientistas projetam que o planeta deve ultrapassar o limite de 1,5°C de aquecimento global de forma permanente até o início da década de 2030 — ou até mesmo antes, segundo estudos recentes.
Há indícios de que este pode ser o período mais quente da Terra nos últimos 125 mil anos, o que reforça a urgência de ações globais para mitigação dos impactos climáticos.
